Bem-vindas e bem-vindos!!!

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A Ginástica Para Todos (ou Ginástica Geral) é uma modalidade que permite a participação de TODAS as pessoas, independente de idade, gênero, classe social ou condições técnicas. Por meio de seus valores e regras flexíveis, ela permite a valorização do trabalho em grupo ao mesmo tempo em que valoriza a individualidade de cada pessoa que a pratica.

Através deste blog, espero poder dividir o meu conhecimento e a minha experiência em Ginástica Para Todos e contribuir para a sua difusão para que um dia ela possa ser desenvolvida no Brasil com a mesma qualidade com que é desenvolvida em outros países.
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Obs.: o Blog se chamava "Ginástica Geral", mas devido a mudança de nomenclatura da modalidade pela FIG (Federação Internacional de Ginástica), o nome adotado para o Blog também mudou para "Ginástica Para Todos".


A Ginástica Artística na Ginástica Geral

                  Olá, pessoal! Bem-vindos ao Blog Ginástica Geral (GG)!!

                 Na postagem de hoje vamos dar sequência a um assunto que iniciei no ano passado, com a postagem "Conhecendo as Ginásticas Competitivas", com o objetivo de difundir as ginásticas que fazem parte da GG (lembrando que existem inúmeras outras formas de manifestações corporais e culturais que compõem a GG, além das ginásticas em si). Ainda no ano passado, iniciei a série apresentando a Ginástica Artística (GA) e hoje a ideia é entender como essa modalidade pode estar relacionada e pode ser utilizada em um trabalho de GG. Mas antes, dêem uma lida na postagem "Conhecendo a Ginástica Artística" ;)

E aí, já leu??? Vamos lá então...

              A GA envolve diversas habilidades gímnicas a partir de movimentos básicos do ser humano, como o rolar, o saltar, o balançar, entre outros. Claro que, devido à exigência da modalidade, esses movimentos são executados de uma forma mais específica e, portanto, mais complexa. Dessa forma, quando pensamos no "saltar" da GA, logo lembramos do salto sobre a mesa e em geral, os saltos mortais de alta complexidade.

           Já ao falarmos de GG, também lidamos com esses movimentos básicos (saltar, rolar, manipular), que podem evoluir e tornar-se mais complexos com a prática, de acordo com vários aspectos, incluindo o interesse do praticante. O que é preciso reforçar, é que a GG possui um caráter lúdico, pois é uma ginástica voltada para o lazer e não para competição. Dessa forma, movimentos complexos não são uma exigência para se praticar GG, ao contrário da GA e das ginásticas competitivas como um todo, que quanto mais complexo, maior a pontuação e maior o peso da medalha.

                  No entanto, em um trabalho de GG, podemos muito bem utilizar os elementos básicos da GA para se aprimorar o repertório motor de seus praticantes, ou seja, para aumentar as possibilidades de movimentos de um grupo. Dependendo das características técnicas de um praticante e, repito, do interesse do mesmo, até mesmo movimentos mais complexos podem ser ensinados na GG.

                 Mas claro que os valores da modalidade sempre devem ser preservados. Assim, deve-se respeitar e valorizar as diferenças de níveis técnicos dentro de um grupo. Ou seja, se um indivíduo não tem interesse ou condições técnicas para aprender um flic flac, por exemplo, ele tem o direito de participar e mesmo se apresentar em uma coreografia de GG junto com outros praticantes que fazem sequências acrobáticas super complexas. Em GG cada um é especial por oferecer aquilo que tem de melhor.

Estrela - movimento básico da GA
               Posturas e movimentos básicos oriundos da GA podem ser trabalhados com um grupo de GG, como: canoinha, vela, saltos básicos (estendido, grupado, carpado), rolamentos ("cambalhotas"), elementos de equilíbrio como o avião e a parada de mãos, de flexibilidade como a ponte ou o espacate. Esses elementos não só contribuem para um repertório motor maior, como também para um melhor condicionamento físico dos praticantes (força, flexibilidade, resistência). A técnica desses movimentos deve ser valorizada, mas no que se refere mais à segurança do praticante (fazer corretamente para não se machucar) e mesmo estética (se determinada postura for usada para uma apresentação, por exemplo), mas não no sentido de rendimento ("se não aprender isso ou aquilo, não evoluirá e não poderá mais participar..." Isso não!).

                   Em se tratando do uso de aparelhos, já vimos aqui no Blog que a GA é aquela ginástica dos aparelhos de grande porte (argolas, barras paralelas, trave, etc), sendo que algumas provas são praticadas apenas por homens, outras apenas por mulheres, ou por ambos. Em relação à GG, o legal é que não há distinção de gênero para o aparelho. Se um homem quiser usar a trave de equilíbrio (aparelho feminino na GA) para treinar ou mesmo para uma apresentação de GG, é totalmente válido. O mesmo para uma mulher que quiser apresentar-se nas argolas (aparelho masculino na GA).

               Na GG não há qualquer regra que limite ou especifique a possibilidade de utilização de aparelhos por uma pessoa, independente de gênero ou outra singularidade. Pelo contrário, o que vale é a criatividade e a livre expressão corporal e artística dos praticantes sobre um determinado aparelho. O mesmo vale para as acrobacias de solo, em que não há a utilização desses aparelhos de grande porte ou ainda para aparelhos alternativos.

Apresentação com utilização do Cavalo com Alças. E olha o figurino... retrata alguma história, provavelmente, não?!

               Aliás, todos esses aspectos, relacionados justamente aos valores da GG (criatividade, ludicidade, valorização das diferenças, cooperação, apresentação de uma história ou cultura e ainda a utilização dos elementos gímnicos como meio e não como um fim) é o que diferenciam uma apresentação de GA de uma apresentação de GG composta por elementos de GA. (hum..confundiu né? Calma aê!).

                Uma apresentação de GA, tem como foco apresentar a evolução dos elementos aprendidos em um período de treinamento em GA. Já na GG, esse não é exatamente o foco. Os elementos técnicos não precisam aparecer na sua forma mais específica e complexa (posso misturar uma acrobacia de GA com uma de capoeira, por exemplo, e ser original com isso). Ou cada um poderá mostrar o que sabe fazer de mais difícil, mas também não é uma obrigatoriedade.

                 Mas se eu quiser ainda me apresentar sambando sobre o cavalo com alças, por exemplo, desde que exista um contexto na minha apresentação de GG,  tá valendo!

                   Na Europa é mais comum a utilização desses aparelhos de grande porte em apresentações de GG (principalmente em países como Suécia, Dinamarca, Finlândia e Suíça). Não só pela cultura gímnica mais tradicional na Europa, mas também pela própria facilidade em transportar essas estruturas grandes dentro do continente, já que os festivais de GG internacionais mais importantes acontecem na própria Europa.

Imagine o seu grupo tentando viajar para a Europa transportando toda a estrutura das barras assimétricas!!

                  Mas para encerrar e para tentar esclarecer tudo o que escrevi aqui, vou deixar uns vídeos para vocês assistirem. O primeiro é de uma apresentação de GA!! Ou seja, trata-se de uma apresentação em que o foco está na apreciação dos movimentos da GA, utilizando, inclusive, aparelhos de grande porte. Não existe uma obrigatoriedade para a interação entre os participantes, nem para uma apresentação lúdica ou que relate uma história ou aspecto cultural (ainda que isso possa acontecer). Mas não deixa de ser legal!

Apresentação de Ginástica Artística (GA) com aparelhos de grande porte. Grupo GCP (Portugal).


               Já o segundo vídeo, é de uma apresentação de GG utilizando aparelhos da GA (argolas e barras paralelas), mas de um forma GGística...rs...ou seja, de acordo com os princípios e singularidades da GG. Percebam que os ginastas não fazem elementos super complexos. E nem todos fazem acrobacias. E a própria abordagem nos aparelhos é diferente. Há momentos em que dois ginastas utilizam simultaneamente o mesmo aparelho (em GA não tem isso não).

Apresentação de GG utilizando aparelhos de grande porte da GA (argolas e barras paralelas simétricas). Grupo da Suíça na Gymnaestrada de Lausanne (Suíça) - 2011.


                 E o último vídeo é de um grupo também de GG, mas que utiliza muitos elementos de GA (saltos, reversões, rolamentos, estrela, parada de cabeça e de mãos, entre outros) sem a utilização dos aparelhos de grande porte, e mantendo as características de um trabalho de GG. Há momentos até em que os ginastas se auxiliam na execução de certas acrobacias. Em GA isso não é permitido, pois perde-se pontos. Mas em GG, nao há problema algum.

 Apresentação de GG do Grupo Ginástico Unlam (Universidad Nacional de La Matanza - Argentina) no VI Fórum Internacional de Ginástica Geral em Campinas - 2012.


                Vale ressaltar que muitos desses elementos técnicos que citei não pertencem apenas à GA, mas também à Ginástica Rítmica, Acrobática, entre outras, mas isso é assunto para uma próxima postagem... Mas por hoje, espero que vocês tenham entendido, não só a diferença de GA e GG, mas, principalmente, como a GA é inserida na GG. Até a próxima ;)

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Essa postagem faz parte da série "Conhecendo as Ginásticas Competitivas". Confira:
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